Neste momento, porém, uma das piores sensações é tomar o chá das 17h, ele fere, queima a minha garganta, e não há nada que eu possa fazer para tentar esfriá-lo. As estantes da biblioteca viraram labirintos indecifráveis, como se os títulos tivessem se embaralhado propositalmente. Ler já não tem o mesmo sabor, tampouco a mesma sensação libertadora. Se antes era como um eterno primeiro encontro com as palavras, atualmente é uma relação de anos que chegou ao fim sem maiores explicações.
Gostaria de poder prosear novamente com as palavras enclausuradas nos livros, expor o que temos a dizer uma a outra, tentando entender verdadeiramente a onda de magoas que nos devastou... É uma pena não poder prever o amanhã, assim eu poderia saber se a minha relação com as palavras voltará a ser como era em um passado longínquo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário